Terapia não se faz por algoritmo: o perigo de transformar a IA em terapeuta
- Ana Claudia Melo
- 26 de jul.
- 2 min de leitura

Já pensou em confiar seus traumas, medos e dores emocionais a um robô? Parece absurdo, mas essa realidade está mais próxima do que imaginamos. Com o avanço vertiginoso da inteligência artificial (IA), surgem também usos questionáveis dessa tecnologia. Um estudo da Universidade de Stanford, publicado pelo Stanford Institute for Human-Centered Artificial Intelligence (HAI), lança um alerta contundente: usar a
IA como terapeuta pode ser perigoso e ineficaz.
Não há dúvidas de que a inteligência artificial traz benefícios expressivos para a sociedade. Ela já otimiza diagnósticos médicos, organiza sistemas de saúde, amplia o acesso a informação e acelera tarefas repetitivas. Mas existem áreas que exigem presença, empatia e interpretação humana profunda. E a terapia psicológica é uma delas.
O que é a terapia?
A terapia é muito mais do que ouvir e responder. É um processo relacional, baseado na escuta qualificada, na empatia técnica, no vínculo terapêutico e na capacidade do psicólogo de compreender as expressões verbais e não verbais do paciente.
Um bom terapeuta não analisa apenas o que é dito, mas como é dito. Lábios tremendo, olhar fugidio, silêncio repentino, um gesto com a mão, o modo como a respiração muda ao abordar certos temas.
Tudo isso compõe o retrato emocional do paciente e guia as intervenções do profissional.
A IA, por mais sofisticada que seja, não tem a compaixão, tipicamente humana
E como lembra Irvin D. Yalom, um dos maiores psicoterapeutas contemporâneos: “A terapia é um encontro entre duas pessoas reais. O terapeuta também precisa estar ali como ser humano” (O Desafio da Terapia Existencial).
O alerta de Stanford
O estudo de Stanford analisou o uso de IAs generativas em simulações de apoio psicológico. Os pesquisadores observaram que essas ferramentas, embora avancem no processamento de linguagem natural, ainda oferecem respostas genéricas, podem reforçar vieses perigosos e carecem de julgamento clínico.
Mais grave: usuários em sofrimento emocional podem confiar erroneamente em uma IA como se fosse um profissional de verdade, retardando a busca por ajuda qualificada. A IA ( possivelmente ainda) não é treinada para lidar com emergências emocionais, nem pode intervir de forma segura diante de pensamentos suicidas ou sintomas graves.
Dados que não podemos ignorar
De acordo com a OMS, mais de 300 milhões de pessoas sofrem com depressão no mundo. No Brasil, dados recentes indicam que 1 em cada 4 brasileiros apresentará algum transtorno mental ao longo da vida. Diante dessa realidade, a saída não é robotizar o cuidado, mas expandir o acesso a terapeutas humanos, capacitados e empáticos.
A terapia psicológica é um ato de presença, de cuidado e de humanização. É encontro, escuta, respeito. E nenhum algoritmo pode substituir essa experiência. Vamos conversar com genuína verdade?
Se você sente que precisa de ajuda emocional, está tudo bem. Buscar apoio não é fraqueza. É coragem. Como psicóloga com mais de 20 anos de experiência, ofereço atendimentos online com escuta qualificada, empatia e uso das melhores técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
Fale comigo. Terapia não se faz com comando de voz, mas com presença. E eu estou aqui para te ouvir.


