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Quando o luto deixa de ser saudável? A dor que pede escuta, acolhimento e cuidado

Apoio, luto

 

O luto é uma experiência universal, mas profundamente íntima. Em meio à dor da perda, muitos encontram sentido, crescimento e transformação. Mas há momentos em que esse processo se torna estagnado, silenciado ou cronicamente doloroso, transformando o luto em um quadro patológico que precisa ser tratado com a mesma seriedade que se dedica a uma ferida aberta.

 

Como psicóloga com mais de duas décadas de escuta clínica, acompanhei muitas histórias de perdas que ecoam por toda a vida. E aprendi que o tempo não cura tudo. O que cura é o cuidado, o acolhimento e a possibilidade de elaborar a dor com suporte. O luto não precisa ser silenciado, reprimido ou vivido na solidão. Ele precisa ser respeitado e, em muitos casos, psicoterapeuticamente conduzido.

 

O luto normal e o luto patológico

 

Sigmund Freud, em seu texto clássico "Luto e Melancolia" (1917), diferenciou o luto natural do adoecimento melancólico. Para Freud, o luto é um processo psíquico que, quando bem elaborado, leva à reintegração do indivíduo à vida. Já a melancolia seria a cristalização da dor, a perda de sentido persistente e uma autoculpa paralisante.

 

Mais recentemente, o DSM-5, manual norte-americano de classificação de transtornos mentais, incluiu o Transtorno de Luto Prolongado Persistente, caracterizado por uma tristeza profunda e incapacitante que persiste por mais de 12 meses (ou seis meses no caso de crianças), acompanhada de sintomas como isolamento social, desesperança crônica, sentimentos intensos de culpa ou raiva, e dificuldade de retomar a rotina.

 

Dados que não podem ser ignorados

 

Estudos publicados na Harvard Review of Psychiatry apontam que cerca de 7% das pessoas que vivenciam uma perda significativa desenvolvem o Transtorno de Luto Prolongado. Esse percentual é ainda mais alto em situações de morte traumática, como a perda gestacional ou neonatal. São lutos marcados pelo silêncio social, pela ausência de rituais e pelo apagamento simbólico do que se perdeu.

 

Por isso, a sanção da Lei nº 15.139/2024, que institui a Política Nacional de Humanização do Luto Materno e Parental, é um marco humanitário e civilizatório. Pela primeira vez, o Estado brasileiro reconhece o sofrimento psíquico das mães, pais e familiares que perdem seus bebês durante ou após a gestação. A lei garante acolhimento no SUS, acompanhamento psicológico, adaptações estruturais e protocolos humanizados para essas situações.

 

Essa legislação não apenas protege; ela valida o direito de sofrer com dignidade, de viver o luto como parte da experiência humana, e de buscar ajuda quando a dor deixa de ser um rio que corre para virar uma represa que sufoca.

 

Quando buscar ajuda psicológica?

 

Quando a dor da perda paralisa a vida por muito tempo.

 

Quando há sentimentos persistentes de culpa, raiva ou desesperança.

 

Quando você não consegue mais sentir prazer ou interesse por coisas que antes gostava.

 

Quando surgem sintomas físicos sem causa orgânica (dores, insônia, fadiga).

 

Quando o isolamento social se torna constante.

 

O luto precisa ser nomeado, acolhido e, muitas vezes, elaborado em espaço terapêutico. A psicoterapia oferece escuta, direção e acolhimento para transformar a dor em narrativa, em história, em recomeço.

 

Vamos cuidar da sua dor com respeito e profissionalismo

 

Se você sente que a sua dor não encontra mais espaço para ser carregada sozinha, eu estou aqui para te acompanhar. Com mais de 20 anos de experiência clínica, atendo online, com escuta qualificada, empatia e uso das melhores técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

 

Vamos juntos ressignificar essa perda?
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O primeiro passo é buscar ajuda.
O segundo, é começar a cicatrizar.

 

 
 
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