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Inventário de Riscos na NR-1: como fazer na prática e por que ele revela problemas emocionais que afastam trabalhadores

inventário de riscos na NR-1

       Com a entrada em vigor da nova NR-1 em maio de 2026, o Inventário de Riscos passa a ser um dos documentos mais importantes para qualquer organização. Ele deixa de ser apenas uma tabela descritiva e se torna um instrumento estratégico de gestão, capaz de revelar não só riscos físicos, químicos e biológicos, mas também riscos psicossociais, relacionais e emocionais — aqueles que mais afastam trabalhadores atualmente.


      A norma define que o Inventário deve consolidar todas as informações de identificação de perigos, avaliações de riscos e exposição dos trabalhadores. Ele deve estar sempre atualizado e acessível, e sua elaboração passa a ter impacto direto em auditorias, na saúde ocupacional e na prevenção de conflitos internos.


O que o Inventário precisa conter obrigatoriamente


       A versão atualizada da NR-1 define que o Inventário deve conter, no mínimo:


  1. Caracterização de processos e ambientes de trabalho.

  2. Caracterização das atividades.

  3. Descrição dos perigos e suas fontes.

  4. Indicação das possíveis lesões ou agravos à saúde.

  5. Trabalhadores expostos.

  6. Medidas de prevenção existentes.

  7. Caracterização da exposição.

  8. Resultados de monitoramentos ambientais e avaliações ergonômicas.

  9. Classificação dos riscos segundo critérios de severidade e probabilidade.

     

Esse conjunto de dados transforma o Inventário em um documento vivo, que descreve o ambiente organizacional como um organismo complexo — físico, cognitivo, emocional e relacional.


Um ponto crítico: os fatores psicossociais agora são obrigatórios

     

A nova NR-1 determina que o gerenciamento de riscos deve abranger também riscos relacionados a fatores ergonômicos e psicossociais. Isso inclui tudo que decorre da forma como o trabalho é organizado e das relações estabelecidas no ambiente laboral. No Inventário, esses fatores podem aparecer como:


  • Sobrecarga cognitiva ou emocional.

  • Conflitos entre áreas ou equipes.

  • Dificuldade de comunicação entre gestores e colaboradores.

  • Falta de apoio social no trabalho.

  • Lideranças despreparadas.

  • Ambientes com alta pressão por resultados.

  • Situações de assédio moral ou sexual.

    

  Ter esse registro não é mais opcional. Ele passa a ser exigência normativa — e muitas empresas sequer sabem disso.


Como identificar riscos psicossociais na prática

     

A identificação exige sensibilidade técnica e ferramentas adequadas. Não basta perguntar “algo está difícil?”.  A norma orienta que deve haver:


  1. Observação das atividades reais e não apenas dos procedimentos escritos.

  2. Escuta qualificada dos trabalhadores ou da CIPA.

  3. Análise da organização do trabalho, demandas e ritmo.

  4. Avaliação da eficácia das medidas de prevenção existentes.

  5. Consideração de acidentes, afastamentos e eventos perigosos relacionados ao comportamento humano.

     

Essa investigação revela um cenário que muitas empresas tentam esconder: doenças emocionais, conflitos internos e desgastes relacionais estão diretamente ligados à probabilidade de risco.


Por que o Inventário é um espelho emocional da empresa?


      Ao estruturar o Inventário de acordo com a NR-1, surgem padrões que geralmente passam despercebidos, como:


  • Setores com turnover elevado.

  • Líderes que geram adoecimento na equipe.

  • Áreas onde as pessoas choram no banheiro ou vivem “no automático”.

  • Processos que comprimem a saúde mental dos colaboradores.

  • Equipes que trabalham em silêncio, com medo de errar.

     

Esses sinais são riscos reais. A norma exige que sejam avaliados com rigor, classificados por severidade e probabilidade e incluídos no plano de ação do PGR. Quando o Inventário não é feito dessa forma, ele perde sua função e a empresa perde a chance de intervir antes de um afastamento — ou de uma autuação.


Lacunas emocionais e relacionais que aumentam afastamentos

     

As empresas frequentemente desconhecem que seus maiores riscos são invisíveis e silenciosos. Os gaps mais comuns encontrados são:


  1. Baixa inteligência emocional dos líderes, causando conflitos e clima pesado.

  2. Colaboradores com dificuldade de lidar com frustração, pressão ou mudança.

  3. Comunicação agressiva, indireta ou inexistente, que gera erros e desgastes.

  4. Sobrecarga emocional em áreas críticas, como atendimento e gestão operacional.

  5. Desalinhamento entre demanda e capacidade, levando ao adoecimento psíquico.

     

Esses fatores elevam a probabilidade de risco, conforme a NR-1 determina para riscos ergonômicos e psicossociais. (MTE NR 01-atualizada-2025-i-3)


Como o Inventário direciona o Plano de Ação do PGR

     

Após classificar riscos, o PGR deve apresentar medidas claras para eliminá-los, reduzi-los ou controlá-los. Isso vale tanto para riscos físicos quanto para riscos emocionais e relacionais. As ações comuns incluem:


  • Revisão da organização do trabalho.

  • Treinamento de líderes para reduzir conflitos e pressão emocional.

  • Intervenções psicossociais e programas de suporte emocional.

  • Criação de canais de escuta segura.

  • Reformulação de demandas e prazos irrealistas.

  • Ajustes ergonômicos e cognitivos nas atividades.

     

A NR-1 exige não apenas a implementação, mas o registro, acompanhamento e correção das medidas que não forem eficazes. Isso coloca a empresa em um nível superior de maturidade organizacional.


Por que o Inventário é a principal porta de entrada para mudanças estruturais?

     

Quando bem elaborado, o Inventário transforma o ambiente de trabalho porque:


  1. Revela aquilo que ninguém fala, mas todos sentem.

  2. Traz visibilidade a riscos emocionais que afastam trabalhadores.

  3. Apoia decisões estratégicas de gestão de pessoas.

  4. Evita passivos trabalhistas relacionados a assédio, clima e adoecimento mental.

  5. Eleva o nível de responsabilidade dos gestores.

  6. Gera um PGR robusto e, consequentemente, mais segurança jurídica.

     

A NR-1 não quer apenas prevenir acidentes. Ela quer prevenir sofrimento, conflito e desorganização emocional — e isso está diretamente ligado à produtividade e ao bem-estar.


A Ampliar Consultoria ajuda sua empresa a enxergar o que o Inventário revela — e a transformar esse diagnóstico em saúde, segurança e resultados

     

O Inventário de Riscos é uma ferramenta poderosa, mas sua interpretação exige técnica, sensibilidade e experiência em saúde emocional no trabalho. A Ampliar Consultoria une o rigor normativo da NR-1 à profundidade da psicologia organizacional, ajudando empresas a:


  • Identificar riscos invisíveis que geram adoecimento.

  • Mapear conflitos e lacunas emocionais que aumentam afastamentos.

  • Construir um PGR eficaz, humano e alinhado à legislação.

  • Implantar ações que melhoram o clima, reduzem riscos e elevam o desempenho.

     

Fale comigo e transforme a forma como sua empresa cuida da saúde e da segurança de quem trabalha.



 
 
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