Ansiedade nas relações: quando o medo da rejeição e do abandono afasta a conexão que desejamos
- Ana Claudia Melo
- 4 de nov.
- 2 min de leitura

Eu sempre acreditei que a essência das nossas vidas está profundamente enraizada nas relações que construímos. Amigos, parceiros, família, colegas de trabalho — todos são pontos de apoio e também de desafio. No entanto, para quem vive com ansiedade, os vínculos podem se tornar um território repleto de medos: medo da rejeição, do abandono, de não ser suficiente. Essa ansiedade relacional, muitas vezes silenciosa, é capaz de corroer a conexão que tanto desejamos.
A ansiedade como barreira invisível
John Bowlby, ao desenvolver a teoria do apego, destacou como nossas primeiras experiências moldam a forma como nos vinculamos. Pessoas com padrões de apego ansioso, por exemplo, tendem a interpretar pequenas ausências ou mudanças de comportamento como sinais de abandono iminente. A mente, tomada pela ansiedade, cria narrativas catastróficas que nos afastam da realidade.
Aaron Beck, em sua abordagem cognitiva, reforça que a ansiedade nas relações está ligada a distorções cognitivas, como a leitura mental (“sei que ele pensa mal de mim”) ou a catastrofização (“se não respondeu, é porque não gosta mais de mim”). Esses pensamentos automáticos disfuncionais geram comportamentos de evitação ou, ao contrário, de hiperaproximação, ambos prejudicando o vínculo.
A vulnerabilidade como caminho para a conexão
A pesquisadora Brené Brown lembra que a verdadeira conexão nasce da coragem de ser vulnerável. Em A Coragem de Ser Imperfeito, ela aponta que “a vulnerabilidade não é sinal de fraqueza, mas a medida mais precisa de coragem”. Muitas vezes, é justamente o medo de nos mostrarmos como somos — com nossas falhas, dúvidas e limites — que alimenta a ansiedade relacional.
Quando buscamos constantemente a perfeição nas relações, acabamos por viver em alerta, temendo que qualquer falha leve ao afastamento do outro. No entanto, ao aceitarmos nossa humanidade, abrimos espaço para relações mais autênticas e saudáveis.
O impacto da ansiedade nos vínculos
A ansiedade pode se expressar em pequenos comportamentos que, repetidos, afastam quem mais amamos: mensagens enviadas de forma compulsiva, necessidade de validação constante, dificuldade em respeitar o espaço do outro. Tudo isso gera tensão e pode levar justamente àquilo que mais tememos — a distância e o rompimento.
É fundamental compreender que esses comportamentos não são sinal de desamor, mas de medo. Reconhecer esse padrão já é um primeiro passo para transformá-lo.
Caminhos para ressignificar a ansiedade relacional
• Reconheça seus padrões: observe quando o medo de rejeição ou abandono surge e como ele influencia suas ações.
• Dialogue abertamente: compartilhar seus sentimentos de forma clara pode fortalecer a relação e reduzir mal-entendidos.
• Pratique o autocuidado: quanto mais você se fortalece internamente, menos dependerá da validação externa.
• Aceite a vulnerabilidade: permitir-se ser imperfeito abre espaço para conexões mais reais.
• Busque apoio terapêutico: a psicoterapia é um espaço seguro para trabalhar crenças, padrões de apego e estratégias de enfrentamento.
Para concluir…
Se a ansiedade tem atravessado suas relações, lembre-se: ela não precisa ser uma sentença, mas pode ser um convite para o autoconhecimento e a transformação. Quando escolhemos encarar nossos medos e aceitar nossa vulnerabilidade, abrimos espaço para viver vínculos mais livres, autênticos e profundos.
Se você sente que a ansiedade tem limitado sua forma de se relacionar, eu posso te ajudar. Vamos juntas ressignificar esses padrões e construir relações mais saudáveis e leves? Entre em contato comigo e vamos conversar. Clique no botão abaixo.


